3 de mai. de 2011

 

Estudo indica que memória dos macacos é mais semelhante à humana do que se pensava

Investigadores acreditam que capacidade de recordar advém de antepassado comum



 
Macacos podem fazer utilização limitada da sua memória, dizem os investigadores


Os processos de reconhecimento e de memória não são exclusivos dos humanos, de acordo com um estudo americano realizado com macacos que demonstra que estes primatas são capazes de conhecer figuras já vistas e, inclusivamente, recriar objectos de memória.

Quando nos deparamos com algo que já está alojado no nosso cérebro, podemos recuperá-lo como recordação, no caso da ausência desse elemento, ou reconhecê-lo ao vê-lo. Além disso, há duas formas de reconhecimento: existem coisas que nos podem parecer familiares, sem que sejamos capazes de identificar exactamente o por quê, e outras que conseguimos recordar com precisão e até sabemos em que circunstâncias as tinhamos visto anteriormente.

Com os macacos sucede-se exactamente o mesmo, revela o estudo publicado na "Current Biology”, em que primatas e humanos obtiveram resultados semelhantes em testes de memória sobre estas questões.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Emory, nos EUA, liderada por Benjamin M. Basile, recorreu a cinco macacos que tiveram de fazer uma série de provas como ordenar certos objectos de acordo com um desenho que tinham visto anteriormente. Quando acertavam, recebiam comida como recompensa, o que não acontecia quando erravam.

Após a conclusão de todos os testes, os investigadores comprovaram que os macacos recolocaram correctamente os objectos e com mais precisão do que era esperado, tendo em conta dados estatísticos. Assim sendo, não fizeram os testes ao acaso, pelo que os cientistas acreditam que os primatas conseguem recordar-se do que vêem.

Também foi observado que os animais transferiam as suas habilidades mnemotécnicas a figuras completamente alheias à formação inicial. A fim de provar se os resultados da experiência obedeciam a um comportamento aprendido, os investigadores fizeram novos testes com os macacos, apresentando-lhes novas figuras. Mais uma vez, os resultados repretiram-se.

Depois desta descoberta, os especialistas da Universidade de Emory propõem que a capacidade de memória não depende da linguagem, mas que pode ter estado presente num antepassado comum a estes primatas e aos humanos há mais de 30 milhões de anos.

A capacidade de memória é necessária para planificar e imaginar e pode aumentar o comportamento social e outras capacidades cognitivas. Os investigadores especulam que os macacos selvagens talvez se recordem do aspecto de outros primatas que conhecem ou se lembrem da comida de que mais gostam, entre outros aspectos. No entanto, estes especialistas admitem também a possibilidade de que, na prática, os macacos façam uma utilização limitada das suas memórias.

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